O Haiti é um país ainda desconhecido para quem habita o Brasil. Na escola, só é mencionado durante as aulas de Ciências Humanas como uma das terras mais pobres do globo. Se fala, de maneira muito apressada, sobre a Revolução Haitiana como um evento que chegou aos ouvidos de nossa elite escravista como uma ameaça apocalíptica. A mídia brasileira, quando muito, noticia tragédias naturais (como a grande terremoto que abalou a região de Porto Príncipe) ou humanas (como o crescimento e a radicalização de milícias e assassinatos de líderes políticos). As razões geopolíticas reais que levaram o país a permanecer nessas condições nunca são mencionadas.
A verdade é que o Ocidente nunca perdoou a primeira revolução negra bem-sucedida da história e, desde então, tem feito de tudo para exterminar qualquer memória ou consequência desse sucesso. Entretanto, nunca conseguiu-se apagar de todo o fogo que animou o movimento e este permanece influenciando outros movimentos de resistência negra ao redor do mundo durante os séculos até os dias atuais.
Diante dessas questões, construímos um curso que é voltado a pessoas que têm interesse em conhecer a história da Revolução e os desdobramentos que se seguem, tanto no cenário geopolítico, quanto no campo da construção estética (movimentos artísticos de resistência na Diáspora Negra). Serão três encontros, no formato remoto, nos quais lançaremos mão de alguns mecanismos para uma imersão na cultura haitiana.
21/05/2022 14h - 16h30