Investir em destinos que permitam fazer afroturismo é aumentar o seu conhecimento afrocentrado e explorar as belezas e diversidade do Brasil.
Depois de tanto tempo em quarentena, agora é hora de retomar os planos de viagem! Com a vacinação avançando, é hora de tirar do papel os sonhos de conhecer o Brasil!
São Luís é a segunda capital com maior população negra em termos proporcionais. Além disso, a cidade tem fortes influências dos povos da Amazônia, além da dupla colonização de Portugueses e Franceses, que originalmente fundaram a cidade.
Daí você imagina o caldeirão de referências e belezas que tem para conhecer, né? O Centro Histórico da cidade reúne um poderoso patrimônio arquitetônico, conhecido pelos azulejos portugueses que dominam a paisagem.
É imperdível conhecer o Museu Cafuá das Mercês, dedicado à memória negra da cidade, com um importante acervo de indumentárias, instrumentos musicais, estatuetas, além de importantes objetos religiosos e fotografias de mães e filhos de santos de casas tradicionais.
A religiosidade de matriz africana é outro destaque. As casas religiosas são conhecidas como Tambor de Mina e, embora tenham diferenças de culto e origem (jeje ou nagô), representaram papéis importantes para a emancipação da população negra e ainda hoje são palco de grandes manifestações populares!
E tem muito mais: São Luís também é conhecida como a capital nacional do Reggae, que domina muitas festas locais. Bem perto da cidade, também é possível visitar a cidade histórica de Alcântara, e visitar comunidades quilombolas.
A dupla pernambucana guarda grandes atrações da cultura negra e popular, a começar pelo Centro Histórico de Recife.
Ali, no Pátio de São Pedro, coração da cidade, é onde acontece a tradição Terça Negra, evento recorrente com grandes coletivos de cultura afro local. Também na região, o Pátio do Terço, é o local que reúne os blocos de maracatu no Carnaval, quando é realizada a Noite dos Tambores Silenciosos, uma saudação às religiões de matriz africana.
O roteiro histórico pela cidade também permite visitar o Mercado de São José, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e a Cruz do Patrão também fazem parte do roteiro, que percorre os bairros de Santo Antônio, São José e Santo Amaro.
Quer conhecer mais sobre este destino? Saiba aqui.
Em Olinda, a grande atração é o Centro Cultural Coco de Umbigada, um espaço idealizado pela yalorixá Mãe Beth de Oxum, que realiza diversos projetos sociais voltados para a valorização da cultura de matriz africana. Na região, também há um dos maiores quilombos urbanos do País e diversos restaurantes e ateliês de obras de arte ligados à nossa história – e é imperdível!
Conheça Recife
Quem disse que não tem cultura negra no Sul do Brasil? O Rio Grande do Sul é um dos mais importantes estados na atuação política do Movimento Negro, graças à tradição dos clubes e agremiações da comunidade voltadas para o fortalecimento da nossa história!
Saiba mais sobre os movimentos negros no Brasil nesse bate-papo com o Professor Márcio André dos Santos
No Centro de Porto Alegre, é possível conhecer uma parte importante dessa história passeando pelo Museu do Percurso Negro, que resgata marcos do espaço urbano onde a população negra se estabeleceu na cidade, evitando seu apagamento.
Um ponto emblemático é o Mercado Público, no centro da cidade, onde está a obra “Bará do Mercado”, que representa a entidade Bará (Exu) das religiões de matrizes africanas.
A memória oral indica que alguns adeptos da religião teriam consagrado à área à entidade após alguns a morte de alguns homens escravizados que trabalhavam na construção do mercado, há mais de 150 anos. O local ainda recebe oferendas e a tradição religiosa indica que ele representa bons caminhos.
Em Porto, também é possível fazer trilhas por comunidades periféricas, para conhecer as histórias de resistência urbana na cidade! Vale a pena conhecer!
16/05/2022