Categoria: cultura negra

Os sambas enredo para torcer em 2020

Ganhadeiras 3

Muitas escolas de samba fizeram da nossa memória e das personalidades de nossa história enredo para os seus desfiles.

Que o carnaval como conhecemos tem todas as cores da cultura negra é inegável.

Que o carnaval como conhecemos tem todas as cores da cultura negra é inegável. Mas, este ano, muitas escolas de samba fizeram da nossa memória e das personalidades de nossa história enredo para os seus desfiles no Rio e em São Paulo.

Tereza de Benguela, João da Gomeia, Luiz Gama, Carlinhos Brown e outras personalidades são temas das escolas de samba do Rio e São Paulo em 2020. Tanto nos grupos principais, quanto nos grupos de acesso, os temas ganharam força neste ano. Conheça os detalhes de cada um e escolha a sua escola para torcer!

1.Viradouro celebra o samba de roda da Bahia

Grupo mantêm viva tradição do samba de roda

A atual vice-campeã do carnaval carioca, vai celebrar o samba de roda da Bahia, com uma homenagem especial ao grupo Ganhadeiras de Itapuã, formado por mulheres negras de Salvador que cantam e dançam cantigas populares .

O grupo celebra a memória das ganhadeiras, como eram conhecidas as descendentes de escravas de ganho – que faziam serviços remunerados a terceiros, mas entregavam o dinheiro para os senhores coloniais. Com o fim da escravidão, esses serviços passaram a ser a principal fonte de sustento de muitas famílias. Em Salvador, as ganhadeiras, como ficaram conhecidas, lavavam roupas nas águas do Abaeté e no Dique, ou vendiam quitutes para criar os filhos.

Confira o samba:

https://youtu.be/xBqTqZQEznc

2. Grande Rio homenageia Joãozinho da Gomeia

Um dos desfiles mais aguardados do ano, a escola recheada de celebridades desfilará com um coro contra a intolerância religiosa. No refrão do samba já fica evidente a proposta: “Eu respeito seu amém, você respeita meu axé”. João viveu entre 1914 e 1971.

Diversas lideranças e sacerdotes de matriz africana participarão do desfile em homenagem ao babalorixá Joãozinho da Gomeia. O enredo “Tata Londirá: o canto do caboclo no quilombo de Caxias” conta a história do Babalorixá nascido no interior da Bahia e que foi consagrado na religião pelas mãos de figuras ilustres, como o pai de santo Jubiabá e a Mãe Menininha do Gantois.

Seu ritual misturava tradições das nações Angola, Ketu e dos candomblés de Caboclo. Ele levou os rituais e as celebrações para a cidade de Duque de Caxias, onde é sediada a escola Grande Rio. Foi na cidade que o babalorizá se firmou e se tornou um dos mais importantes líderes religiosos do Rio de Janeiro, responsável por consolidar o candomblé na cidade e influenciar diversos terreiros. O líder religioso recebeu em seu terreiro artistas, embaixadores e políticos, como Getúlio Vargas.

Confira o samba:

https://youtu.be/s5_sdKpzloY

3 . Salgueiro canta o humor negro

O rei negro do picadeiro” é o enredo da escola que homenageará Benjamin de Oliveira, primeiro palhaço negro do Brasil que completaria 150 anos em 2020.

Mais do que um humorista, ele foi um artista múltiplo reconhecido por diversos talentos. Além de dominar as artes circenses — como palhaço, mágico, malabarista, trapezista, domador –, Benjamin também se destacou como músico, tocando vários instrumentos, além de compositor, autor, cantor, dançarino, ator, roteirista e diretor.

Ele foi responsável por trazer inovações à arte circense e também foi o primeiro ator negro a aparecer na tela do cinema brasileiro, no filme Guarani.

4. Mocidade reverencia Elza Soares 

Com o enredo “Elza deusa Soares”, a escola homenageia a cantora, que é uma de suas mais ilustres torcedoras. Nascida em Padre Miguel,Elza Soares já foi a cantora oficial dos samba da Mocidade na avenida, nos anos de 1973 a 1976.

No enredo, a história de vida de Elza será retratada nas alegorias, desde a infância pobre, seus amores e casamentos, e também a glória como artista e as lutas que enfrentou e enfrenta contra machismo, racismo, e a censura, que provocou seu exílio na Itália.

Nos grupos de acesso, ainda há mais memória negra a ser celebrada. A Acadêmicos da Rocinha vai desfilar a história de Maria da Conceição, uma guerreira do Congo escravizada no Brasil e que aqui foi considerada uma heroína em Magé, cidade que tem o único quilombo reconhecido na Baixada Fluminense que leva o seu nome: Quilombo Maria Conga.

A Porto da Pedra vai desfilar com o enredo O Que é que a Baiana tem? Do Bonfim à Sapucaí, uma homenagem às baianas. Já a Cubango vai sair com o enredo A voz da liberdade, que vai contar a história de Luiz Gama e sua mãe Luisa Mahin, que articulava o levante de escravos no estado.

Em São Paulo, também serão muitas as referências à cultura negra. Um dos homenageados será o cantor e compositor Carlinhos Brown, que será destaque na escola Camisa Verde e Branco. Confira os destaques do grupo especial:

Com o enredo ‘É coisa de preto”, a Tom Maior vai falar da importância do negro na construção e desenvolvimento do Brasil. A escola vai homenagear em cada ala diferentes personalidades que marcaram a história do País em diferentes áreas, como o humorista Mussum que será exaltado na bateria.

Já a X9 trará o enredo “Os batuques do Brasil”, com uma viagem cultural pelo Brasil, contando um pouco da batucada de todas as regiões e religiões do país.

A Mocidade Alegre vem para o desfile com o enredo “Do canto das Yabás renasce uma nova morada”, uma homenagem às mulheres e ao seu poder para garantir a harmonia no mundo.

Autor(a):
Postado em:

16/05/2022

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