O objetivo do curso é explorar o sistema de controle brasileiro e suas relações viscerais com o racismo antinegro, que projetam inúmeros instrumentos de neutralização da negritude, de anulação do ser-negro diaspórico e de violências sistêmicas e ininterruptas.
Nas relações entre (dis)cursos (des)legitimantes, saberes marginais subvertem sentidos ao transitar e cruzar (contra)passos com inimizade racial, contratos brancos, necropolítica, genocídio, direito penal do autor, seletividade racial, encarceramento da massa negra, controle racial informal, embranquecimento, epistemicídio, Carta Mandinga e mandingas (anti)jurídicas, quilombismo, filosofias de roda, orixalidade, abolicionismo penal, dentre outros, que delimitam os limites dos discursos da branquitude (mesmo crítica), abrindo múltiplos caminhos na encruzilhada criminológica.
Serão três encontros, nos dias 10, 17 e 24 de outubro, totalizando carga horária de 7h;
Ao se inscrever, você garante acesso a todos os encontros!
Em cada encontro, os temas abordados serão:
1० Roda – A Criminologia de ontem
1. A ideologia cristã e seus demônios: bases do racismo e do punitivismo antinegro;
2. A demonologia e a inimizade racial: entre a legitimação da escravidão negra e a Redenção de Cam;
3. O sistema de controle racial escravagista brasileiro e o sinhorismo;
4. Nascimento da Criminologia: o racismo como base fundante do paradigma etiológico;
5. Nina Rodrigues e sua “tradução” apartheidiana de Cesare Lombroso;
6. Os contratos brancos: as mortes negras como segurança branca.
2० Roda – A Criminologia de hoje
1. Direito penal e as insurgências negras: entrelaçando o jus puniendi e colonialidades;
2. O papel das Criminologias na guerra antinegra chamada “contra as drogas”;
3. A política de branqueamento: do sistema de controle formal ao informal;
4. Levando a branquitude criminológica (a)crítica para o meio da roda (anti)racista;
5. Mandingas antijurídicas na roda criminológica: a Carta Mandinga como matriz da dignidade negra apagada;
6. Insurgência negra criminológica: resistência e enfrentamento aos genocídios.
3० Roda – A Criminologia de amanhã
1. Afrocentrar para reescrever os rumos criminológicos desde a améfricaladina;
2. Brados de uma Criminologia quilombista: resgatando heranças diaspóricas;
3. ReOríentando a encruzilhada criminológica: quebrando os grilhões coloniais e (rea)firmando passos ancestrais;
4. Ebó criminológico: Exú, senhor dos caminhos para uma criminologia brasileira;
5. Construindo uma justiça afrodiaspórica: princípios fundamentais ancestrais;
6. Kizomba: a roda criminológica em festa por uma democracia pluriversal.
